ILHÉUS

Vista área da cidade

O município de Ilhéus localiza-se na zona cacaueira, sul do Estado da Bahia na foz dos Rios Cachoeira e Almada, principais bacias hidrográficas regionais. Até 1952, a extensão territorial de Ilhéus era de 3.524 quilômetros quadrados, reduzidos para 1.712 quilômetros quadrados após o desmembramento realizado para criação dos municípios de Coaraci, Itajuípe, Uruçuca, Itapitanga e Almadina.
A carta da doação da Capitania de Ilhéus para Jorge de Figueiredo Correia foi assinada em Évora, a 26 de junho de 1534. Não podendo ou não querendo vir pessoalmente comandá-la, o donatário mandou em seu lugar o espanhol Francisco Romero, que se instalou inicialmente na ilha de Tinharé, onde hoje situa-se o Morro de São Paulo, vindo mais tarde para a Baía do Pontal. Chegando à baía do Rio dos Ilhéus, fundaram a sede da capitania no morro situado na entrada da barra, dando o nome de São Jorge dos Ilhéus. Foi uma homenagem ao donatário Jorge e Ilhéus, devido às ilhas que se encontram na costa.

Foto: José Nazal
Nos primeiros anos o progresso da vila era grande, atraindo todo tipo de gente. Em 1556, a vila possuía sua igreja e alcançava relativa produção de cana-de-açúcar. Jorge de Figueiredo doou pedaços de terra - sesmarias - a figuras importantes do reino. Em 1537, fez doação a Mém de Sá, terceiro Governador Geral do Brasil. A sesmaria ficava no Engenho de Sant’Ana, onde hoje está localizado o povoado de Rio do Engenho. Ainda restam vestígios desse engenho que foi explorado pelos jesuítas, onde está localizada a capela de Nossa Senhora de Sant’Ana - uma das mais antigas igrejas do Brasil. 
Com a morte do donatário em 1551, a capitania várias vezes mudou de dono, entrando em decadência a cada dia, transformando-se numa vila que buscava apenas a subsistência.

"A posição da Vila de São Jorge é muito bonita. A ponta de terra arenosa, em cuja margem ocidental está edificada a vila, é guarnecida de um profuso coqueiral ondeante, imprimindo um particular encanto à bela palmeira onde quer que apareça.
Quem apreciar com olhar encantado essa paisagem adorável, e lembrar-se de que, já no ano de 1540, se havia fundado aqui uma colônia portuguesa, perguntará a si mesmo por que não se encontra aí uma cidade populosa e próspera, e apenas algumas cabanas pobres, em ruas cheias de capim. Atualmente a povoação não tem uma só casa sólida, pois o Colégio dos Jesuítas, construído em 1723 com grés e tijolos, desabitado e abandonado, já começa a cair em ruína. A vila e toda sua freguezia contam hoje com apenas 2.400 almas, embora seja a cabeça da comarca de Ilhéus e residência do ouvidor" (SPIX; MARTIUS, 1976 apud SALES, 1981, p.91).


             Com o fim do sistema de Capitanias Hereditárias, as terras brasileiras voltaram para as mãos do governo português. Nessa época teve início o plantio do cacau com as primeiras sementes trazidas do Pará, pelo francês Louis Frederic Warneau, plantadas na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, hoje município de Canavieiras.
Como não se tinha conhecimento da importância do chocolate na alimentação, mais importante era o plantio da cana-de-açúcar, pois rendia mais. No século seguinte, nas primeiras décadas, com a chegada dos alemães, começou o plantio do cacau como cultura rentável. E até 1890 foram os estrangeiros que plantaram cacau.
Em 28 de junho de 1881, a Vila de São Jorge dos Ilhéus foi elevada à categoria de cidade através da Lei 2.187, sancionada pelo Marquês de Paranaguá, Presidente da Província da Bahia.