quinta-feira, 21 de julho de 2011

TEATRO MUNICIPAL DE ILHÉUS


79 anos de História, 25 anos de restauração!

O Teatro Municipal de Ilhéus (originalmente chamado Cine Theatro Ilhéos), foi inaugurado em dezembro de 1932.
Durante a Intendência do interventor Eusínio Lavigne, foi iniciada em 1930 a construção do “Cine Teatro Ilhéus”, na praça Luiz Vianna. As obras ficaram a cargo de Celso Valverde Martins. Em 1933, poucos meses depois de sua inauguração, o jornal local “Diário da Tarde”, noticiava:
Ilhéus está transformada numa espécie de vila artística com o número extraordinário de homens e mulheres de teatro que aqui vieram naturalmente atraídos pela fama de prosperidade desta terra.”
Com o tempo grandes encenações e artistas nacionais incluíam o Teatro em suas turnês. Em 1941 foi encenado “Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, Aymée e Procópio Ferreira (1935), a filha Bibi, a vedete Virgínia Lane, cantores como Sílvio Caldas, Orlando Silva, conjuntos como o Bando da Lua aqui se apresentaram.
Depois dos anos áureos passou muitos anos abandonado, pertencendo a família Rehem da Silva que em 1982 doou o terreno e as ruínas do teatro à Prefeitura, na primeira gestão do prefeito Antonio Olimpio Rhem da Silva. Seu sucessor, o prefeito Jabes Ribeiro reconstruiu o interior do teatro, conservando o que restava da fachada original.
Foi reinaugurado em 1986, com a participação do Grupo Corpo de Belo Horizonte, é considerado um dos melhores teatros do norte-nordeste.
 Arte de Goca Moreno, no foyer do Teatro Municipal

CORONEL PESSOA

Conheça um pouco mais da história deste ilustre político de Ilhéus que foi homenageado com nome de rua e praça do Município.       

               Natural de Jeremoabo, Bahia, onde nasceu a 4 de setembro de 1853, filho do Ten. Cel. Guilherme Joaquim da Costa e Silva e de D. Francisca Gomes Pessoa da Costa e Silva, irmão de Marcolina Pessoa da Costa e Silva. Casou-se pela primeira vez com Valeriana Gomes Pessoa, sua prima, com quem teve os seguintes filhos: Arthur Pessoa da Costa e Silva; Alice Pessoa da Costa e Silva, casada com Alfredo Calasans de Amorim; Júlia Pessoa da Costa e Silva, Isaura Pessoa da Costa e Silva, casada com Durval Olivieri e Maria Pessoa da Costa e Silva. Ficando viúvo de Valeriana casou-se com Francisca de Queiroz Pessoa em Quixadá, Ceará, em 1887, com que teve os seguintes filhos: Astor Pessoa da Costa e Silva, Mário Pessoa da Costa e Silva e Antônio Pessoa da Costa e Silva Junior.
         Professor, promotor público, advogado (Rábula), jornalista, deputado e senador. Estudava no Seminário de São Joaquim em Salvador, quando foi obrigado a interromper seus estudos para dedicar-se ao magistério. Começou sua vida profissional em 1874 como professor em Santo Antônio da Gloria. Por concurso público obteve a provisão de advogado sendo transferido em 1879 para a Vila de Vitória, hoje Vitória da Conquista, como Promotor Público. Em 1880 foi transferido para Canavieiras para também atuar como Promotor Público. Em 1881 transferiu-se para Ilhéus onde se exonerou do cargo de Promotor Público em 1883, a promotoria havia sido pleiteada por um bacharel diplomado. Com sua exoneração foi contratado pelo município de Ilhéus para servir como advogado, cargo que exerceu de 1883 até 1887.
              Por decreto do Governo Imperial em 1884, foi nomeado para o cargo de Secretário da Comissão de Açudes e Irrigação indo trabalhar na construção do Reservatório do Cedro no Ceará até 1866 quando perdeu a sua primeira esposa e voltou para Ilhéus.
             Em 1890, seus inimigos políticos apoiados por 60 jagunços, tentaram forçá-lo a abandonar a cidade, fato que não foi concretizado pela proteção que lhe foi dada pelo Delegado de Polícia, Capitão Augusto Olívio Botelho, mandado pelo governo do estado, que expulsou os jagunços.
            De passagem por Salvador, em viagem para o Rio de Janeiro em 1897, foi detido por 24 horas suspeito de ser monarquista.
               Filia do ao Partido Liberal elegeu-se Deputado Provincial pelo 6º distrito, ao qual pertencia Ilhéus, para o biênio 1888/1889, exercendo o mandato até a proclamação da república. Foi eleito Intendente do Município de Ilhéus em 1899 para o biênio 1900/1902 pelo partido constitucionalista, com 436 votos contra 279 do Cel. Adami, tomando posse em 2 de janeiro de 1900, mas por anulação da eleição em 25 de agosto, foi obrigado a afastar-se do cargo, tomando posse em seu lugar o Cel. Ernesto de Sá Bittencourt e Câmara, que era presidente do Conselho Municipal.
                Em janeiro de 1904 os dois candidatos a intendência de Ilhéus se auto declararam eleitos, ficando o município com duas administrações, o Coronel Pessoa e o Cel. Domingos Adami de Sá, sendo que no mês de agosto o Senado Estadual reconheceu como Intendente o Cel. Domingos Adami de Sá. Outra vez candidato em 1907 perdeu a eleição para o candidato João Cavalcante Mangabeira, de quem muitos anos depois se tornou aliado.
            Eleito Deputado Estadual em 1912 tornou-se Presidente da Câmara por três anos consecutivos, quando pediu demissão. Eleito novamente intendente, em março de 1914 assumiu o governo do município até 1917. Elegeu-se Senador Estadual em 1915, sendo o Senador mais votado. Reelegeu-se seguidamente até a revolução de 1930 quando mudou o sistema político brasileiro. Nesta época, com 77 anos, encerrou sua vida pública dedicando-se somente à advocacia até 1939 quando ficou cego. Era membro do diretório do Partido Democrata do Estado desde a sua fundação e Presidente do Partido em Ilhéus. Criou em Ilhéus um grupo político que tinha a denominação de os “pessoistas”, opositor ao grupo de João Mangabeira.
              Abolicionista, denunciou quando Promotor Público em Canavieiras, os responsáveis pela morte de vários escravos o que lhe valeu o elogio publico do Presidente da Província, Conselheiro Antônio Carneiro da Rocha, o futuro Marques de Paranaguá. Também teve sua atuação como abolicionista destacada no livro de Luiz Anselmo da Fonseca “O Clero, o Povo e o Abolicionismo”.
            Foi um dos fundadores e o primeiro Provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus (Hospital São José), membro da Irmandade do Senhor dos Passos, administrador e fundador do Banco de Crédito Popular, fundador e redator dos jornais “Gazeta de Ilhéus”, “Jornal de Ilhéus” e “Correio de Ilhéus”, Presidente de honra da Filarmônica Santa Cecília.
Coronel Pessoa à direita, após as crianças

               Na sua administração foram construías nove escolas municipais, sendo uma delas o Prédio Escolar General Osório, onde hoje funciona a “Biblioteca Pública Municipal” e o “Arquivo Público Municipal”; feita a reforma do Cemitério da Vitória; criada a Guarda Municipal; instalado o chafariz comprado na Europa em sua primeira gestão (1900) e só instalado em sua segunda gestão (1925); instalada a rede de iluminação pública do Bairro da Conquista e do Pontal; contratado Francisco Borges de Barros para a publicação do livro “Memória Histórica de Ilhéus”; determinada a nomenclatura e a colocação de placas nas ruas da cidade e a colocação de número nas casas.
            Faleceu em Ilhéus no dia 9 de julho de 1942, onde seu corpo foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora da Vitória.

Contribuição: Alfredo Amorim - Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus